Revista de Medicina Desportiva

Ano 15 | Nº03 – MAIO2024

Entrevista: Dr. Susana Santos
Recordar com Carinho: Dr. J. Novais de Carvalho
FMUP: Resumos e comentários
Tema: Lesões Traumáticas da Coluna Cervical no Desporto – Epidemiologia (parte 1/2)
Caso Clínico: Abuso de Substância Ilícitas, Sibilos e Redução do Rendimento Desportivo Numa Atleta de MMA: Haverá Alguma Relação?
Caso Clínico: Bloqueio Articular do Joelho como Apresentação de Rotura Aguda de Fascículos Meniscopoplíteos num Jogador de Futebol
Tema 4: Biomecânica e Traumatologia do Automobilismo
Resumo: Estenose da válvula aórtica(Sociedade Europeia de Cardiologia)
Opinião: Ventrículo esquerdo não compactado
SPMD: Resposta Hipertensiva ao Exercício: uma Forma de Apresentação da Hipertensão Mascarada
Agenda

EDITORIAL

Dr. Basil Ribeiro

Linha Única

Assisti com muito entusiasmo e atenção às palestras do VIII Congresso Clínicas Espregueira, que se realizou nos dias 12 e 13 de março no Porto. A organização, isto é, o Prof. Doutor João Espregueira-Mendes, o ft Rogério Pereira e restante equipa já nos habituaram a congressos de grande qualidade e de participação maciça. É também uma honra e uma oportunidade que não se perde ser convidado para palestrante ou moderador de uma qualquer sessão científica. A não ser por força maior, todos aceitam o convite para durante 15-20 minutos partilharem o seu conhecimento e, cada vez mais e acima de tudo, a sua experiência. Em Portugal pratica-se boa medicina desportiva, temos ótimos médicos e ortopedistas, e também bons fisioterapeutas e outros prestadores e cuidados de saúde. Vi centenas de participantes, jovens, ávidos do saber, atentos ao que bom se faz por cá. Olhei bem à minha volta e não encontrei muitos médicos, muitíssimo poucos vi da medicina desportiva ou de clubes desportivos, mas vi alguns que se disponibilizaram para palestrar ou moderar. Chegaram céleres e partiram rápido. Nunca entendi por que não chegam mais cedo e ficam mais tempo depois a ouvirem o que os outros vieram partilhar. A inscrição fora gratuita e a sabedoria era muita. Mas gostamos de ir ao estrangeiro, gastar uma fortuna, consumir mais dias do quotidiano, tão importante para ganhar dinheiro. Por que não se fica ali a aprender? Aprende-se sempre algo, pois foi algo que foram ensinar aos participantes. Certamente, no futuro, alguém implementará o sistema de créditos, é-se especialista um dia, mas especialista é aquele que aprende todos os dias com os seus pares portugueses, porque estes estão também muito bem preparados.

Dr. Basil Ribeiro, Diretor

DESTAQUES

RMD ANO 15 | Nº3

ENTREVISTA

Dra. Susana Santos Coelho.

Eu trabalho como médica no Health & Performance Department do Sport Lisboa e Benfica há cerca de três anos. Realizo uma parte assistencial na Clínica Benfica, situada no Estádio da Luz, onde faço consultas para as modalidades e escalões, excetuando futebol sénior masculino. … Fui médica responsável da Seleção Nacional de Seniores Femininas e do Centro Alto rendimento de Vagos / Calvão onde residia a seleção nacional feminina sub-16 e sub-15. Foi há vários anos e apesar de na altura trabalhar no Centro de Medicina Desportiva de Coimbra e ser médica responsável pelo controlo de Dopagem da ADOP, este foi o meu primeiro contacto com o acompanhamento de equipas em competições nacionais e internacionais … fascina-me o exercício físico como uma arma terapêutica eficaz em muitas patologias da saúde. especialista em MFR consegue ir facilmente ao encontro das necessidades da saúde do atleta por incorporar uma visão holística do doente / atleta, com um foco muito específico na reabilitação e recuperação funcional, nunca descurando o diagnóstico, o tratamento e a prevenção de lesões (primária e secundária). … o Diploma COI proporciona acesso a um grupo de médicos de atletas / equipas olímpicas muito experientes, de reconhecido valor académico e líderes de opinião com os quais se pode partilhar dúvidas e experiências. … Eu desejava maior reconhecimento e apoio à institucional à Medicina Desportiva e do Exercício, com investimentos na investigação, educação e infraestruturas para promover a excelência nos cuidados de saúde dos atletas, …

Caso Clínico

Bloqueio Articular do Joelho como Apresentação de Rotura Aguda de Fascículos Meniscopoplíteos num Jogador de Futebol

Dr. Belmiro Alves, Dr. Miguel Quesado, Ft. Bruno Novo, Dr. André Dias, Dr. Basil Ribeiro

Knee joint blockage is a rare event that can occur indirectly and suddenly in athletes. After reduction as soon as possible, immediate objective examination and timely magnetic resonance imaging (MRI) should be considered. Injury to the meniscopopliteal fascicles in the posterior compartment of the knee may not be detected on MRI or on dynamic ultrasound, which is why a high degree of clinical suspicion is required and arthroscopy indicated, initially diagnostic and, if necessary, curative. We present the clinical case of a young footballer who suffered joint blockage during training, whose MRI was negative, who was subsequently subjected to arthroscopy, which was diagnostic and allowed the injured fascicles to be sutured. Recovery was uneventful and 12 months after surgery the player reported no complaints and played football without restrictions.

Caso Clínico

Abuso de Substância Ilícitas, Sibilos e Redução do Rendimento Desportivo Numa Atleta de MMA: Haverá Alguma Relação?

Dr. Mateus Freitas Teixeira, Prof. Doutor Hélder Dores

This fighter’s case report addresses the importance of anamnesis and physical examination. The initial consultation was requested due to a simple complaint of arm allergy. During the clinical interview it was found a drop on physical performance, a history of illicit drugs abuse and wheezing on pulmonary auscultation. With this information it was possible to reach a surprising diagnosis, which is rare in adults and could have had a fatal outcome. The treatment was carried out successfully and the athlete returned to high-performance sports without restrictions.

Recordar com carinho

Dr. J. Novais de Carvalho

Desde 1980/81 que iniciei a minha atividade na Medicina Desportiva (MD), no Vitoria Sport Clube – Guimarães onde ingressei para trabalhar na área do Futebol Juvenil, que envolvia os escalões dos Infantis, Iniciados, Juvenis e Juniores. Em 1982 iniciei a colaboração como Médico da equipa de Futebol Sénior. … Participei em formações médicas e, em 1995, concluí o Mestrado em MD na Faculdade de Medicina do Porto e em 2003 obtive a especialidade em MD pela Ordem dos Médicos. Integrei a direção do Colégio de Especialidade de Medicina Desportiva (CEMD) da Ordem dos Médicos. … No âmbito do acompanhamento médico, a preparação dos treinos e dos jogos e a gestão das lesões que acometem os jogadores apresentam um enorme desafio que implica estudo, trabalho, dedicação. É de facto uma satisfação enorme quando se consegue vencer o desafio e os atletas ficam reabilitados para darem o seu contributo à equipa. … e na área da Medicina Desportiva, vou continuar a trabalhar nos projetos em que estou envolvido, nomeadamente no CMDG, na SPMD e na AMEF. Farei, também, tudo o que me for possível para dar força á nossa especialidade de Medicina Desportiva, para que todos juntos, com o contributo de cada um, a elevemos e as coloquemos no local que lhe é devido, … a Medicina Desportiva me ajudou muito no exercício da Medicina Geral e Familiar, aprendi com as disciplinas desta especialidade, mas também com as pessoas, com os colegas, com os atletas, com todos os outros profissionais e dirigentes dos clubes onde trabalhei, …

Atualidade

Sol, Ar Livre e Desporto: Riscos e Cuidados a Ter

Prof. Doutora Ana Filipa Duarte, Prof. Doutor Osvaldo Correia.

TEMA

Lesões Traumáticas da Coluna Cervical no Desporto – Epidemiologia (parte 1/2)

Dr. Pedro Martins Farinha, Dr. Diogo Lino Moura

Traumatic injury to the spine, in general, and the cervical region, in particular, is more frequent in sports practiced at high speeds and with frequent physical contact. The epidemiology, mecha¬nisms, and types of traumatic cervical spine injury vary between modalities. Given the serious consequences that a severe cervical spine injury represents for athletes, coaches, family members and medical teams, the knowledge of the epidemiology, risk factors, type and most frequent injury mechanisms becomes crucial for the development of strategies effective preventive measures that minimize their occurrence as much as possible.

RESUMO E COMENTÁRIO

Barriers and enablers influencing female athlete return-to-sport postpartum

Dra. Cristiana Lajas Matos,Dra. Mafalda Pinto

Occupational Sitting Time, Leisure Physical Activity, and All-Cause and Cardiovascular Disease Mortality

Dr. Ivo Manuel dos Santos Silva,Dr. Pedro Miguel Magalhães de Lurdes

SPMD

Resposta Hipertensiva ao Exercício: uma Forma de Apresentação da Hipertensão Mascarada

Prof. Doutor Ovídio Costa

Blood pressure measurements outside the office allowed the identification of two opposing phenotypes, commonly known as white coat hypertension and masked hypertension (MH). Whether the hypertensive response to exertion, also called exaggerated blood pressure response to exercise, represents a marker of MH in individuals without a previous history of hypertension is not yet clear, but several follow-up studies have indicated that this finding is associated with the highest future incidence of arterial hypertension, heart failure with preserved ejection fraction and cardiovascular events. Based on data from several studies, the most used definition for hypertensive response to exertion is 210/100 mmHg for men, 190/100 mmHg for women and 220/85mmHg for male athletes and 200/80 mmHg for female athletes. Measuring BP during a low-intensity exercise session (Bruce stage I/II or 70% of maximum theoretical heart rate) also seems to define increased cardiovascular risk, with good accuracy (values >170 mmHg). When the BP values during exercise exceed normal limits, it should be suspected MH and recommended a subsequent study to revaluate BP at home and ABPM, as well as study the cardiorenal repercussion.

Opinião

Ventrículo esquerdo não compactado

Dr. António Freitas, Prof. Doutor João Freitas, Prof. Doutor Hélder Dores, Dr. Paulo Dinis

Na estenose aórtica (EA) existe estreitamento na válvula aórtica, o que dificulta a saída do sangue do ventrículo esquerdo para a artéria aorta. … A EA pode ser de origem congénita ou adquirida, podendo surgir no contexto de doença reumática ou, mais habitualmente, ser degenerativa em resultado do envelhecimento devido à deposição de cálcio nos folhetos. … Os sinais e sintomas poderão incluir dor torácica (angina de peito), dispneia, tonturas, dificuldade na marcha por cansaço, edema nos membros inferiores, palpitações e síncope, entre outros. … O ecocardiograma é o exame principal para o diagnóstico da EA, … As orientações da Sociedade Europeia de Cardiologia (SEC) recomendam a realização da prova de esforço para avaliação da resposta hemodinâmica e para orientação da prescrição do exercício nos sujeitos assintomáticos com EA moderada ou grave. … A SEC refere que os sujeitos assintomáticos com EA ligeira podem participar em todos os desportos, mas os atletas assintomáticos com EA grave não poderão participar em desportos competitivos ou recreativos, exceto nos desportos de habilidade de baixa intensidade. O exercício aeróbio de baixa intensidade deve ser estimulado para melhoria da capacidade funcional e do bem-estar geral. Os sujeitos sintomáticos não poderão participar em qualquer desporto, de alta ou de baixa intensidade, incluindo recreativo e têm indicação para substituição valvular. …

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TEMA DA SEMANA

Dutch multidisciplinary guideline on Achilles tendinopathy

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PARCEIROS

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